Procura-se um Amor para o resto da minha vida

Procura-se um amor para o resto da minha vida


Quando nos conhecemos gostávamos das mesmas coisas: música popular brasileira, Milton Nascimento, ler sobre qualquer coisa, pão sem manteiga, andar de mãos dadas, praias desertas, sorriso fácil, carinho a qualquer hora, abraço apertado, beijo na boca, tocar/ouvir você tocar violão e cantar, passear em parques, deitar na rede, passarinhos soltos, contemplar o verde das folhas, filmes de comédia romântica, fotografia, cheiro de chuva no chão de terra, olhar a Lua, contemplar o céu e o por do sol, tratar bem a todos, cumprimentar na rua até quem não se conhece, cuidar dos pobres, amar os animais, agradecer por tudo, andar de bicicleta, ouvir música enquanto viaja, viajar pra praia, andar de carro olhando a paisagem e curtindo o caminho, olhar as montanhas, brincar com crianças que não são suas  rezar o  terço, ir à missa - essa eu queria que você fosse mais - assistir espetáculos de orquestra sinfônica, ir ao cinema, comer um lanche simples ou um sofisticado com a mesma emoção, andar a pé, observando a rua, admirar as árvores floridas, comer fruta no pé, catar amora e pitanga na rua , assistir documentário sobre animais e plantas, ser honesto, ser educado, respeitar as diferenças, curtir cheiro de mato, relaxar ao invés de querer tudo super limpo e arrumado - essa eu te ensinei - conversar com nossos pais, curtir um domingo em família, com crianças, cunhadas, cunhados, irmãs, irmãos, sem reclamar de nada, aproveitar o Ano Novo em qualquer lugar, mesmo na rua, sem ter onde ficar...
E eu me pergunto, e agora? O que restou de tudo que gostávamos de fazer juntos?
O que ainda gostamos de fazer juntos?
Será mesmo que o relacionamento tem prazo de validade como dizem?
Será que de tudo que fomos, nestes vinte e dois anos juntos só sobrou mágoas e ressentimentos absurdos?
Será que não outra alternativa além da separação antes que tudo que fomos desapareça no que nos tornamos agora?

Comentários