Autismo

Autismo


Um Transtorno Global do Desenvolvimento, uma palavra desconhecida para muitos. Talvez você já tenha visto algum filme que retrate autistas e tenha ficado com a idéia de que são "muito inteligentes" ou "fechados em seu próprio mundo ", duas expressões que os, pais de autistas, ouvem muito, mas que não correspondem a toda a realidade.
Aos dois anos, espera-se que uma criança seja dona de um bom vocabulário, converse, ria... Algumas, no entanto, chegam a essa idade e não falam, se isolam, ficam horas olhando para o nada, agem como surdas. Depois de uma longa peregrinação por consultórios médicos, os pais, com alguma sorte, podem encontrar alguém que fale em autismo. Uma palavra desconhecida por muitos.
O autismo desafia: não se conhecem as causas. É um dos grandes distúrbios da comunicação humana. Compromete a socialização, a comunicação e a imaginação. Manifesta-se até os 3 anos e ocorre quatro vezes mais em meninos do que em meninas. Pode ser acompanhado de outros distúrbios, como depressão, epilepsia e hiperatividade. Varia do mais severo ao mais leve comprometimento, o que pode confundir o diagnóstico e leva muitas vezes a um tratamento inadequado.
Certas características que podem aparecer – ou não – em uma criança levantam a suspeita de autismo: 1) usa as pessoas como ferramentas; 2) fica nervoso com mudanças de rotina; 3) não se mistura com outras crianças; 4) apega-se demais a objetos; 5) às vezes, não mantém contato visual (não olha nos olhos); 6) às vezes, age como se fosse surdo; 7) resiste ao aprendizado; 8) pode não mostrar medo de perigos; 9) mostra risos e movimentos não apropriados; 10) gosta de girar objetos; 11) às vezes é agressivo e destrutivo; 12) tem modo e comportamento indiferente e arredio.

Diagnóstico

O Autismo está classificado sob o CID-10 (Código Internacional de Doenças).
Com base nas normas médicas norte-americanas (DSM-IV - simplificado), para ser classificada como autista, uma criança deve mostrar seis ou mais dos itens abaixo, com pelo menos dois do grupo 1, um do grupo 2 e um do grupo 3:
Prejuízos na interação social: a) prejuízo acentuado no uso de comportamentos não-verbais (contato visual, expressão facial, gestos); b) fracasso em fazer amigos; c) não tenta compartilhar suas emoções (por exemplo, não mostra uma coisa que gostou); d) falta de reciprocidade social ou emocional.
Prejuízos na comunicação: a) atraso ou falta de linguagem falada; b) nos que falam, dificuldade muito grande em iniciar ou manter uma conversa; c) uso estereotipado e repetitivo da linguagem; d) falta de jogos de imitação.
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades: a) preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados; b) assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter " manias" ou focalizar-se em um único assunto de interesse); c) maneirismos motores estereotipados (agitar, torcer ou bater as mãos, por exemplo); d) preocupação insistente com partes de objetos, em vez do todo (fixação na roda de um carrinho, por exemplo).
Filmes
Hollywood fantasia muito o autismo.

Talvez Raun Kaufman seja a pessoa autista mais conhecida. A luta de seus pais nos anos 70, quando ele era bebê, está no filme Meu filho, meu mundo. Hoje, ele é pedagogo.
O primeiro grande filme com personagem autista foi Rain Man, com Dustin Hofman e Tom Cruise. Rapaz tira o irmão autista da clínica, levando-o em uma viagem de carro através dos EUA e descobrindo, enfim, o que é ter uma família. Habilidades de memória e cálculo só acontecem com 10% dos autistas.
Código para o Inferno, com Bruce Willis, embora fantasie as habilidades do menino que descobre um código secreto, é muito fiel ao comportamento de crianças autistas.
Em Experimentando a vida, Elisabeth Shue é Molly. Quando a instituição em que passou toda sua vida é fechada, seu irmão precisa cuidar dela. Uma experiência científica lhe dá condição de falar e ela conta o que sente.
Loucos de Amor retrata o romance e as desavenças entre um casal de portadores da Síndrome de Asperger, o autismo de alto funcionamento.
Vida de autista.
Autistas podem evoluir muito. Alguns têm vida normal, casam-se e exercem uma profissão, embora estes sejam em grande minoria.

Se houvessem políticas públicas voltadas para o autismo, certamente o desenvolvimento dessas pessoas seria em número muito maior do que é atualmente.
Como todo mundo, a criança autista precisa de afeto, compreensão, paciência e, claro, Educação. O ensino deve ser adaptado a suas necessidades. Na maioria, as pessoas autistas têm boa memória visual, boa compreensão de imagens, dificuldade de concentração e hiperatividade. Quem convive com elas deve agir positivamente, compreendendo que são pessoas com um jeito diferente de ver o mundo. Os progressos aparecerão.
Intervenção precoce, participação da família, aceitação, compreensão, paciência, amor e afeto, sem esquecer de ensinar limites, é a melhor receita, para qualquer pessoa.
Afinal, a grande meta de pais, familiares, terapeutas, médicos, psicólogos e educadores deve ser, sempre, que a criança seja feliz, autônoma e independente .

Texto escrito por Fernando Cotta - Pai do Fernandinho, Autista clássico, atualmente com 10 anos.


O Dia do Orgulho Autista é comemorado em todo o mundo em 18 de junho.

O que devemos fazer neste dia - Em 18 de junho devemos procurar falar sobre o autismo, trocar e-mails sobre o assunto, etc. Essencial lembrar de pessoas autistas e da luta de seus pais e familiares, das necessidades de políticas públicas para estas pessoas e procurar de alguma forma AJUDAR para que os responsáveis por essas pessoas possam incluir seus filhos nos serviços públicos e terapias adequadas, de forma que sintam orgulho de seus filhos.

Importante saber do que precisam.

Esse é o espírito do 18 de junho.

No dia 18 fale com seus amigos sobre as pessoas autistas !

O Movimento Orgulho Autista Brasil é uma Organização Não-Governamental (ONG), sem fins lucrativos, que busca a melhoria da qualidade de vida das pessoas autistas e de suas famílias. Para isso, engaja-se na obtenção de políticas públicas dos Governos Federal, Estadual e Municipal voltadas para essa camada da população. Apesar de essa entidade ter como lema "todos os pais e mães devem ter orgulho de seus filhos, inclusive os filhos autistas", existe a consciência de que para muitos isso só é possível com variadas terapias precocemente administradas. O grupo do Orgulho Autista respeita a neurodiversidade das pessoas, inclusive a forma diferenciada da percepção de mundo das pessoas autistas, e procura, dentre várias medidas, identificar indivíduos que possam ser autistas e encaminhá-los para diagnóstico e para as devidas terapias e trabalhar com parcerias visando o treinamento e a qualificação de profissionais para lidar com essas pessoas e mudar a triste história do autismo no Brasil. Em 2005, ano de criação da ONG, dentre outros eventos realizados, o Movimento Orgulho Autista Brasil promoveu o 1º Encontro Internacional de Autismo em Brasília. Em 2006, foram feitos Comandos de Saúde Preventivos, com a Polícia Rodoviária Federal e o Sest-Senat, em todo o Brasil, além de criar em âmbito nacional o Prêmio Orgulho Autista, inédito no Brasil, que visa estimular a participação dos mais diversos seguimentos da sociedade na luta pela "causa autista", agraciando pessoas, órgãos públicos, empresas privadas e entidades de todo o país, que contribuiram significativamente para a divulgação do autismo na realidade nacional. 2007 foi o ano de realização do II Encontro Internacional de Autismo em Brasília e da inclusão do autismo de forma direcionada nos orçamentos públicos, com a realização de diversas campanhas, inclusive sessão especial da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados em 18 de junho de 2007.O Movimento Orgulho Autista Brasil atua em vários estados brasileiros e não admite cobrança de entrada ou qualquer forma de taxa para ingresso em seus eventos.

18 de junho é o dia de criação da primeira instituição mundial que utilizou o termo "orgulho" junto a autismo - "Aspies for Freedom". No Brasil, foi criado o Movimento Orgulho Autista Brasil em 18 de junho de 2005.


Algumas perguntas freqüentes sobre o autismo
O que é o autismo?É uma alteração cerebral que afeta a capacidade da pessoa se comunicar e de se relacionar. Ou seja, perda de contato com a realidade e grande dificuldade ou impossibilidade de se comunicar, podendo se manifestar de diversas maneiras. É incapacitante e surge nos três primeiros anos de vida.
Como é feito o diagnóstico e quais os sintomas?Os pais são os primeiros a perceber que há algo de diferente com o bebê. Normalmente, a criança não demonstra interesse a estímulos. Infelizmente, não existem testes laboratoriais ou de imagem que possam diagnosticar o autismo. Esse diagnóstico é feito clinicamente com aplicação de questionários direcionados aos pais e com a observação da criança no seu desenvolvimento. O indivíduo autista rejeita o contato físico; não estabelece contato com os olhos; apresenta movimentos estereotipados como balançar as mãos ou balançar-se; demonstra atraso no desenvolvimento da linguagem (normalmente a criança fala de uma a duas palavras com sentido - mama ou papa - até um ano de idade). Além disso, há momentos que parece surdo e age como se não tomasse conhecimento do que acontece com os outros. Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida do paciente.
Existe cura?A causa do autismo ainda não é conhecida. A cura também não existe, mas há possibilidades de mudar o prognóstico. É possível ter avanços no tratamento no sentido do paciente ter uma vida mais independente ou até mesmo de recuperar a capacidade de linguagem.
Qual a incidência?É muito alta. Enquanto há 50 casos de Síndrome de Down por cada 100 mil nascimentos, o autismo apresenta cerca de 130 casos para cada 100 mil nascidos.Por que ocorre o autismo?Segundo as pesquisas mais recentes, a causa principal seria genética com alteração na formação no cérebro da c riança por volta da 30ª semana da gestação.
Com é feito o tratamento? O tratamento envolve múltiplas especialidades como pediatria, psiquiatria infantil, fisioterapia, terapeuta ocupacional, assistente social e pedagogos. Além disso, há casos que necessitam de terapia medicamentosa para controlar sintomas negativos como surtos psicóticos, agressividade e convulsões.

Comentários

Obrigada pela divulgação irmã querida... ajuda muito !!!

Bjs
Anônimo disse…
estou passando neste blog para divulgar um site que eu criei
sobre autismo para poder ajudar os familiares de pessoas
autistas a entenderem mais sobre autismo o site é este aqui


www.portaldoautismo.site88.net


grato pela atenção, muito obrigadoe tenha um otimo dia.
Anônimo disse…
Caros amigos veio uma neuropediatra e mestre em psicologia( Dra. Carla Grubber Gikovate) em minha cidade Volta Redonda dizendo que 10% a 12% dos autistas tem cura, fiquei pasmada, pois tenho um filho autista leve de 20 anos, que sempre foi trabalhado e não se curou e sim melhorou, pensei: no que foi que eu errei, que apesar de todom meu esforço meu filho continuará autista.
Alguem conhece algum artigo novo que fale dessa cura, a medica indicou o site da medline para pesquisa.
Abraço
Liê mãe de um rapaz autista.
Anônimo disse…
Um primo meu é autista e ele está tao bem tratado, que cada vez vai avançando mais e se comporta quase como uma pessoa da sua idade sem a a doença.
Só tem que usar lentes miopia e estar constantemente atendido e estimulado por pessoas, e pode viver uma vida com normalidade.